Possíveis compreensões da Síndrome de Fibromialgia a partir da perspectiva sistêmica e da teoria da subjetividade

Autores

  • Luiz Felipe Castelo Branco da Silva Universidade de Brasília UniProjeção

Palavras-chave:

Psicologia

Resumo

Esse artigo visa propor reflexões em torno da compreensão das dores crônicas e especialmente da Síndrome de Fibromialgia (SFM) compreendida nesse artigo como fenômeno complexo e que é produtor de processos subjetivos que se organizam de forma configuracional e que funciona dentro da lógica dialética, articulando aspectos sociais, histórico situados e culturais. Desse modo, seu modo particular de funcionamento possui relações com aquilo que a literatura especializada denominou paradigma sistêmico, que surgiu como resposta na tentativa de superar as miopias e cegueiras epistemológicas produzidas pelo pensamento cartesiano e positivista. Desse modo, o texto busca responder sobre a possibilidade de compreensão da SFM a partir da cosmovisão sistêmica assim como ilustrar, por meio de vinheta clínica, como dinâmicas e enredos dentro do sistema sociofamiliar podem agenciar a produção de circunstâncias que guardam relação com a fenomenologia de um quadro fibromiálgico. Para isso, inicialmente será apresentada a contextualização da SFM no âmbito global assim como a dimensão conceitual que define a problemática musculoesquelética em discussão, dentro do arcabouço da Teoria da Subjetividade de González Rey. Em segundo momento, será realizada a apresentação da perspectiva sistêmica e sua relação com a SFM. Por fim, por meio de vinheta clínica buscar-se-á tecer considerações sobre as pertinências entre a SFM e fenômenos de um psicodinamismo familiar, seguido das considerações finais que apontam que aspectos sociofamiliares possuem significativo imbricamento e influência na configuração subjetiva que se forma em conjunto com aquilo que se expressa como SFM.

Biografia do Autor

Luiz Felipe Castelo Branco da Silva, Universidade de Brasília UniProjeção

DOUTORANDO no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura,do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (PsiCC-Unb). MESTRE em Psicologia Clínica e Cultura pelo PsiCC/Unb. GESTOR EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL no Governo do Distrito Federal. PSICÓLOGO de formação (Uniceub), lotado na Secretaria de Estado de Economia do Distrito Federal.Docente na graduação em Psicologia no UniProjeção É pós-graduado lato sensu em Terapia Familiar e de Casais na Abordagem Sistêmica, pela Pontifícia Universidade Católica do Goiás (PUC-GO) e em Teoria e Prática Junguiana pela Universidade Veiga de Almeida - RJ (UVA-RJ). Autor de diversas publicações. Possui experiência na área de Psicologia Comunitária e em Saúde Mental, atuando principalmente nos seguintes temas: Pesquisa e Produção de Conhecimento em Práticas Integrativas em Saúde; Hatha Yoga como dispositivo terapêutico em saúde mental; etnopsicologia; Teoria da Complexidade e Subjetividade; Teoria e Prática Junguiana; Terapia Familiar e de Casais; Alcoolismos e Drogadição, Psicologia Crítica pós-colonial. Atualmente faz parte do Grupo de Pesquisa em Etnopsicologia, da Universidade de São Paulo, sob a liderança do Profº. Dr. José Francisco Miguel Henriques Bairrão. (E-mail: [email protected]).

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Publicado

2021-05-12