A dança marginal chama a Língua Portuguesa para a batalha: a interdisciplinaridade entre as linguagens

Resumo

A dança no contexto escolar se apresenta de forma festiva e regional, marginalizando outros estilos de dança, principalmente as já socialmente marginalizadas, assim como a voguing. Então, tem-se como problema: em que proporção as danças consideradas marginais fazem parte do currículo da educação básica, especificamente no ensino de Língua Portuguesa. Por se tratar de uma linguagem, a dança não deve ser desconsiderada dos currículos e das práticas escolares. Diante desse contexto, buscou-se uma abordagem qualitativa para analisar como a dança marginal pode favorecer o ensino da Língua Portuguesa. Portanto, foram feitas pesquisas bibliográficas acerca da linguagem (RENGEL; FERREIRA, 2012; SANTAELLA, 2012); das identidades marginais e da voguing (HALL, 2006; SANTOS, 2018); e da dança nos documentos educacionais norteadores nacionais e distrital (BRASIL, 1997, 1998, 2000, 2002, 2018; DISTRITO FEDERAL, 2014, 2018). Nesse artigo foi feita uma pesquisa de campo online com professores de Língua Portuguesa, Dança e uma estagiária de Biologia que realizou uma oficina de voguing em uma escola de ensino médio em Brasília, DF. Chegou-se aos resultados de que a dança pode favorecer a socialização entre os estudantes e é uma forma de se aprender a interpretar e produzir diversos discursos, por meio de signos, que podem caracterizar uma identidade. Por fim, concluiu-se que, diante das observações feitas, pode-se utilizar a dança de forma interdisciplinar com o Língua Portuguesa para o ensino de textos multissemióticos e literários, além de incentivar valores de empatia, cidadania, solidariedade e entendimento de mundo.