ENSINO DE CIÊNCIAS E AVALIAÇÃO FORMATIVA: UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO ESTUDANTE SURDO-INTÉRPRETE EDUCACIONAL NO CONTEXTO DA SALA DE AULA

Autores

Palavras-chave:

Subjetividade de González Rey, estudantes surdos, pessoa intérprete educacional, avaliação formativa

Resumo

O presente trabalho se insere no contexto dos estudos de doutoramento de um de seus autores e apresenta uma compreensão sobre a avaliação formativa desenvolvida no âmbito da relação pedagógica estabelecida entre cinco estudantes surdos e o intérprete educacional que os acompanhava nas aulas de Ciências, em uma turma inclusiva de ensino médio. Em conformidade com a perspectiva da Teoria da Subjetividade de González Rey, defendemos que o espaço-tempo de avaliação formativa, construído no contexto da sala de aula a partir de uma produção subjetiva ímpar, pode se constituir como um lócus privilegiado de aprendizagem e desenvolvimento humano. Para tanto, neste trabalho, a compreensão da dimensão subjetiva da aprendizagem escolar e suas implicações para a ação docente favoreceram a análise do processo avaliativo desenvolvido por um grupo específico formado por estudantes surdos e profissionais da educação. Nessa direção, utilizamos como referencial teórico a subjetividade em uma perspectiva cultural-histórica e o procedimento construtivo-interpretativo foi inspirado nos princípios da Epistemologia Qualitativa defendida por González Rey. Foram utilizados, entre outros indutores, conversas informais, dinâmica conversacional, desenhos, produção de cartas e completamento de frases. Os resultados indicaram que a avaliação formativa, ao ser assumida na perspectiva do sujeito que aprende, pode favorecer a criação de uma ambiência escolar dialógica, acolhedora e rica em possibilidades de aprendizagens e desenvolvimento humano tanto do profissional da educação quanto dos estudantes surdos participantes do processo avaliativo.

Biografia do Autor

ISABELLA MARTINEZ GUEDES, PPGEC/UnB

Doutora em Educação em Ciências pela Universidade de Brasília (2019). Possui mestrado profissional em Ensino de Ciências pela Universidade de Brasília (2014) e graduação em licenciatura em Ciências Naturais pela Universidade de Brasília (2011). Desenvolve atividades na área de Educação em Ciências, em Ensino de Ciências e em Linguagens. Trabalha em uma instituição educacional que tem como base o ensino por investigação e metodologias ativas, assim como a Tecnologia da informação e comunicação. Leciona cursos referentes à formação de professores de Ciências.

RICARDO GAUCHE, UnB

Professor Adjunto do Instituto de Química da Universidade de Brasília, bacharel e licenciado em Química pela Universidade de Brasília, possui Mestrado em Educação (Metodologia de Ensino de Química) pela Unicamp (1992) e Doutorado em Psicologia (Cultura e Desenvolvimento) pela Universidade de Brasília (2001), tendo, tanto na dissertação quanto na tese, o professor como sujeito da pesquisa. Tem experiência na área de Ensino de Química, com ênfase na formação de professores, atuando principalmente nos seguintes temas: formação inicial, formação continuada e autonomia do professor; autoestima; pesquisa colaborativa; materiais de ensino; currículos e programas; avaliação; e processo ensino-aprendizagem.

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Publicado

2020-01-17