O avesso do prazer: infração, sexualidade e afeto na vida de meninas em conflito com a lei

Autores

Palavras-chave:

Direitos Humanos, Direito e Sociedade

Resumo

Este artigo   mostra as relações entre ato infracional e  sexualidade de adolescentes do sexo feminino em cumprimento de medida socioeducativa.   De cunho qualitativo,  as narrativas das nove adolescentes com idades entre14 e 19 anos  se organizaram em três eixos -  conceito de sexualidade, viver a sexualidade e aprender sobre sexualidade. Encontrou-se um conceito amplo de sexualidade envolvendo afetividade, sexo biológico, prazer e com maior ênfase a relação sexual. Os comportamentos sexuais mostraram tais concepções reelaboradas e aprendidas no contexto, revelando a importância para elas de estar na “normalidade”, aprendida com os roteiros sexuais entre pares, instituição socioeducativa, escola, mulheres da família, parceiros, revistas e no dia a dia. A atividade sexual não está dissociada da intimidade, de vínculos duradouros e de afetividade, mesmo porque muitas adolescentes têm parceiros fixos de longa duração. A instituição de medida socioeducativa ganhou uma importância surpreendente no papel de educação em sexualidade, estando à frente da escola e da família, no entanto, os pares (amigos) mostraram maior influência na aprendizagem da sexualidade, porém, por onde também circulam informações incorretas e tabus. A sexualidade das adolescentes está representada por alicerces de vergonha, medo, desigualdades de gênero relativas ao prazer e a liberdade sexual, moralismo e uma visão negativa sobre a sexualidade feminina.   O fato de terem transgredido a lei não exerceu nenhuma forma maior de autonomia sobre a sexualidade rompendo com um imaginário equivocado sobre a relação. Palavras-chave: 1. Adolescência;  2. Sexualidade; 3. Comportamento sexual; 4. Socioeducação. 

Biografia do Autor

Silvia Piedade de Moraes, Universidade Guarulhos

Profa.  Dra. em Ciências: Educação e Saude na Infância e Adolescência pela Unifesp. Pedagoga, Especialista em Educação Sexual, Direito Educacional e Gestão de Ensino.

José Roberto da Silva Brêtas, Universidade Federal de São Paulo

Doutor em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Professor associado da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp. Líder do Grupo de Estudos sobre Corporalidade e Promoção da Saúde (Gecopros), São Paulo, São Paulo, Brasil.

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Publicado

2019-08-18