Promessa, culpa e castigo: Uma análise da moralidade da dívida a partir da teoria moral de R. Dworkin

Autores

  • JOAO HENRIQUE STUMPF Faculdades EST
  • Célio Juliano Barroso Trindade UNISINOS

Palavras-chave:

Moralidade, dívida, punição, economia biopolítica.

Resumo

O artigo visa corroborar com a crítica de Michael Peters e sua reflexão de Nietzsche sobre uma moral baseada na capacidade de fazer promessas que encontra suas origens nas relações do credor/devedor onde a dívida tem como função garantir a moralidade da punição e do castigo. A punição e o castigo são os mecanismos de controle de uma economia biopolitica da dívida. Esta função da dívida de fundamentar moralmente um mal infligido a outra pessoa é fortemente questionada pela perspectiva de Ronald Dworkin. Ele critica o fato de que a promessa possa ser a fonte da moralidade da dívida gerando uma obrigação e um dever. De acordo com Dworkin, a moralidade não pode fundamentar-se em fatos históricos, como contratos sociais, costumes e regras estabelecidas socialmente; deve, pois, ter seu fundamento em princípios puramente morais. Ele propõe princípios morais gerais a partir dos quais os atos de fazer promessas devem ser interpretados com a finalidade de estabelecer sua moralidade. A partir dessa ideia é possível criticar a perspectiva que afirma que a moralidade da dívida está na promessa feita somente pelo fato de que a promessa em si gera uma dívida, uma vez que ela cria uma expectativa de ser cumprida e que o não cumprimento desta acarreta em uma punição. Este dever e seu respectivo castigo são os mecanismos do que Peters chama da economia da dívida, como mecanismo da biopolítica capitalista e que neste caso, a dívida é imoral por desrespeitar os princípios da moralidade. 

Biografia do Autor

JOAO HENRIQUE STUMPF, Faculdades EST

Bacharel em Teologia pela Faculdades EST. Mestre em Teologia Prática pelo Programa de Pós Graduação da Faculdades EST. Pesquisador no doutorado acadêmico da Faculdades EST na área da diaconia e missão. Assessor voluntário da Pastoral Popular Luterana. Membro da coordenação nacional da Pastoral Popular Luterana (PPL). Membro dos grupos de pesquisa Interculturalidade e Práxis Social da Igreja. Tem experiência na área de Teologia , atuando principalmente na área de pesquisa sobre Teologia da Libertação, poimênica da libertação, diaconia e missão.

Célio Juliano Barroso Trindade, UNISINOS

Graduado em Filosofia pela Universidade de Brasilia (UNB), e, atualmente, desenvolvendo pesquisa em nível de mestrado em Filosofia na UNISINOS.

Downloads

Publicado

2019-03-07