Maquiavel e a pátria dividida: o papel da religião no projeto maquiaveliano de unificação da Itália
Resumo
O pensamento de Nicolau Maquiavel trouxe grandes contribuições para a teoria política. Um dos assuntos que mais chama a atenção em sua obra é a relação entre política e religião. Maquiavel é um dos primeiros autores a propor uma moral própria para o agir político, independente da moral religiosa. Entretanto, ressalta a importância em se preservar o sentimento religioso dentro do Estado. Com isso em mente, o objetivo do presente estudo foi investigar o papel da religião no pensamento de Maquiavel. Primeiramente, procurou-se compreender como o fenômeno religioso é visto por esse autor. Depois, foi analisada a relação entre o cristianismo, a Igreja, e a situação política da Itália no século XVI. O método empregado foi a revisão de literatura, focada nas principais obras políticas desse pensador. Para Maquiavel, a religião é criação humana, instrumento à serviço do Estado com a função de promover a ordem social e a obediência à autoridade política. Em sua obra, o conceito de Providência divina é substituído pelo de fortuna: retira-se assim do fenômeno religioso qualquer instância metafísica e transcendental, sobrando deste apenas o valor social e político. A chave para utilizar a religião como meio coercivo está na capacidade do governante, que deve interpretar os sinais divinos em benefício próprio, para fortalecer o Estado. O motivo pelo qual o cristianismo não desempenha essa função na Itália é, para Maquiavel, a Igreja. O comportamento corrupto do clero diminui a religiosidade dos italianos, causando a fraqueza do povo e a falta de amor à pátria.Downloads
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